GADO DA RAÇA JERSEY
No mundo, o gado Jersey tem sido criado puramente há mais tempo do que qualquer outra raça bovina. A raça Jersey é originária de uma pequena ilha de apenas 11.655 hectares, no Canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França, na região da Normandia, denominada "Ilha de Jersey" e pertencente à Grã- Bretanha. A raça Jersey desenvolveu-se a partir do ano 1.100, adaptada às necessidades dos habitantes da ilha e à limitada produção de forragueiras devido a ocupação de parte dos campos com outros cultivos essenciais à alimentação do povo, em especial a batatinha. A sua discutida origem pode ter sido a partir da raça Bretona ou da Normanda. Alguns autores a citam como originária de raças germânicas. Informações mais remotas, porém, indicam que a raça Jersey se formou por cruzamento do pequeno gado negro da Bretanha com os grandes bovinos vermelhos da Normandie. Mediante rigorosa seleção, fixou-se um tipo uniforme com as atuais características, tornando-a a raça que mais manteve seu estado de pureza.
Em 1763, foram decretadas leis que proibiam a entrada na Ilha de Jersey de qualquer animal vivo que pudesse transmitir doenças aos seus bovinos.
Numa ilha como a de Jersey, que tem cerca de 17.500m de comprimento por 14.500 de largura, e que devido à sua pequena área provavelmente nunca comportou mais do que 10.000 cabeças, não foi difícil atingir as metas de seleção. Curiosamente, foi durante a ocupação nazista (entre junho de 1940 e maio de 1945) que os criadores da ilha foram obrigados a utilizar critérios severíssimos para a seleção. As tropas de ocupação, sempre que podiam, importavam carne bovina da Alemanha e da França, também ocupada, porém, nos últimos seis meses de ocupação, cerca de quarenta cabeças eram abatidas por semana. Os criadores, diante de tal circunstância, resolveram agir do seguinte modo: se tivesse chegado a vez do criador "A" ceder, por exemplo, cinco animais para os nazistas e este criador tivesse apenas animais excepcionais, e um criador "B" tivesse cinco animais de inferior qualidade, o criador "B" teria seus animais abatidos e o criador "A" cederia os seus para o "B".
Em 1734 a raça já era caracterizada como excelente produtora de leite.
Em 1763, foram decretadas leis que proibiam a entrada na ilha de Jersey, o berço da raça, de qualquer animal vivo que pudesse transmitir doenças em animais da ilha. Até hoje, os animais que vão competir em exposições fora da ilha, lá são vendidos, por não poderem retornar à origem. Estas leis sacramentam a pureza da Raça.
Devido à excessiva consaguinidade, notou-se uma degeneração da raça entre os anos de 1800 e 1830, sendo responsávis pelo ressurgimento e aperfeiçoamento do Jersey, até o tipo leiteiro atual, os coronéis Le Conteur e Le Cornu.
Em 1833 foi criada a Royal Jersey Agricultural and Hoticultural Society.
Em 1836, no dia 31 de março, realizou-se a 1ª Exposição da Raça Jersey em Cattle Market, na Beresford Street.
Em 1838 foi criado um sistema de pontuação baseado na classificação obtida nos julgamentos das exposições. Embora tenha sofrido algumas modificações, é a base da escala de pontos atual. As pontuações eram anotadas em um sistema de registro que deu origem, em 1866, ao Herd Book,
Em 1844 foi feita aprimeira descrição da raça Jersey, por Le Conteur, citado mais acima.
O ano de 1850 marca a primeira exportação oficial da ilha de Jersey para os Estados Unidaos, ano em que fizeram os primeiros registros de Jerseys naquele país. Há registros, no entanto, que indicam que a chegada dos primeiros exemplares da raça Jersey aos Estados Unidos da América tenha ocorrido em 1815.
Em 1854 a ilha de Jersey exporta para a Austrália e, oito anos depois, para a Nova Zelândia.
Em 1860, numa demonstração clara da preocupação dos criadores com a qualidade do leite passou-se a realizar, durante as exposições de gado, testes que utilizavam lactômetros para medir a consistência do leite.
Em 1866, no mês de março, ocorreu o mais importante evento em toda a história do Jersey que foi a criação do Jersey Herd Book. A partir da escala de pontos de 1838, citada acima, definindo o tipo, passou-se a incrementar a seleção da raça em termos da rusticidade, precocidade, prolificidade, facilidade de parição, longevidade e produção leiteira e manteigueira.
Em 1868 foi fundado o American Jersey Cattle Club, que atualmente registra aproximadamente 50.000 cabeças por ano. Nesse mesmo ano a raça foi introduzida no Canadá.
Em 1872, em uma época em que as exposições tornavam-se cada vez mais importantes, no "Summer Show", concorreram 236 cabeças, assim divididas: 60 bezerras, 59 novilhas, 10 vacas de primeira cria, 43 vacas jovens, 32 vacas adultas, 25 touros jovens e 7 touros dois anos.
Em 1896, a Dinamarca importou os seus primeiros Jerseys e, hoje em dia, a seleção dinamarquesa é reconhecida por ter uma das mais altas produções de gordura do mundo.
Em 1901 teve início o Herd Book canadense.
Em 1906 foi fundado o South Africa Society's Book.
Em 1909 a raça Jersey foi introduzida na Argentina.
Em 1910 a raça Jersey foi introduzida no Uruguay.
A raça Jersey, devido às suas características, teve fácil expansão no mundo. Nos Estados Unidos obteve sucesso quando o leite passou a ser melhor remunerado pela porcentagem de gordura, minerais e proteínas nele contidas.
No Brasil, o gado Jersey foi introduzido no Rio Grande do Sul pelo grande pecuarista Joaquim Francisco de Assis Brasil, que formou seu primeiro criatório na Granja de Pedras Altas, no então município de Herval, atual Pedras Altas, sobre o afixo Itaevaté (Pedras Altas em tupi-guarani). O primeiro lote veio em 1896 da Granja de Windsor, pertencente à rainha Vitória da Inglaterra. De lá saíram os tourinhos que passaram a ser usados em cruzamentos com as vacas crioulas de diversas regiões gaúchas, formando o grande rebanho de vacas puras e mestiças por cruzamento, hoje existentes por todo o Brasil.
Sobre esse trabalho de Assis Brasil, apresentamos o texto abaixo, intitulado The first Jersey Cows in Brazil, publicado na internet pela Danish Jersey Cattle Society. Nesse site tem-se informações muito detalhadas sobre a história e expansão do gado Jersey.
The first Jerseys were introduced into Brazil in 1895 by Dr. Joaquim Francisco de Assis Brasil who, at the time, was the Brazilian Ambassador in Great Britain. He decided to import his first Jerseys from the island of Jersey after having seen the Jerseys in the Royal Herd of Queen Victoria at Windsor Castle.
Dr. Assis Brasil was a famous Brazilian diplomat who was married to a Portuguese and travelled extensively all over the world. He was also the first to import Arab horses, Karocul sheep and Devon beef cattle to Brazil. He took his Jersey cattle, two cows and a bull calf, from Jersey Island to Portugal where they stayed on a friend`s farm before being transferred to Brazil in 1895. These three Jerseys first remained in Ibirapuitã, Alegrete, in Rio Grande do Sul, the Province that still is the heartland of Jerseys in Brazil, before moving in 1904 to Pedras Altas in the same state. Here the Assis Brasil family developed their Jersey herd and started up the "Pedras Altas Herd Book 1985". The Jerseys were still at the Castello de Paz, ninety years after their ancestors had first arrived!
The Jersey breed was officially recognised by the Brazilian government in 1930, due to the efforts of Mr. Joaquim`s daughter, Ms. Joaquina.
(Para maiores informações escrever para Hans Ottesen.)
Em 1904 foi feita a transferência de animais de Alegrete para o Granja de de Pedras Altas. O primeiro Herd Book da raça no país, foi o "Pedras Altas Herd Book 1985".
Em 1930 a raça Jersey foi oficializada pelo Ministério da Agricultura do Brasil.
Em 1938 foi criada a Associação de Criadores de Gado Jersey do Brasil, no Rio de Janeiro,
Em 1948, foi criada a Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul, com sede em Pelotas.
Em 1954, face à expansão territorial da raça no Rio Grande do Sul e no Barsil, o Herd Book foi transferido para a Associação dos Criadores de Gado Jersey do Brasil, no Rio de Janeiro.
Em 1987 foram criados os núcleos gaúchos de criadores de Jersey.
Em 1991 a Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul foi informatizada.
Em 1992 foi construída a nova "Casa do Jersey ", em Esteio-RS.
Em 1996 a Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul inaugurou sua página na Internet.
A raça Jersey está, há mais de 100 anos, fazendo história e sucesso no Brasil, os trabalhos pelo melhoramento genético, a procura de alternativas de manejo, e as políticas de fomento, foram co-responsáveis, aliadas as qualidades da raça, pela implantação definitiva da Jersey no Brasil e pelo padrão dos animais aqui encontrados.
Algumas atitudes foram decisivas para esse sucesso, como a inauguração da I Exposição Nacional da Raça, que possibilitou uma série de mostras anuais, com a participação de animais provenientes de vários estados brasileiros, bem como os convênios assinados, ainda na década de 70, com 13 Secretarias Estaduais de Agricultura para a viabilização de um Plano Nacional de Distribuição de Tourinhos, visando a introdução e a consolidação da genética Jersey nos rebanhos leiteiros de praticamente todo o país. Essas medidas, foram significativas para o fomento da raça, além de outras, como a atualização do estatuto da Associação de Criadores de Gado Jersey do Brasil, a criação da ExpoMilk em conjunto com as outras raças leiteiras e o incentivo para os criadores fundarem seus núcleos e filiadas. Essas medidas partiram da diretoria da ACGJB em 1991 e foram importantes para promover e posicionar a raça sobre um padrão de qualidade mundial, tendo o Brasil hoje o melhor banco genético do mundo dessa raça.
A raça Jersey é a mais eficientes de todas na produção de leite e é encontrada nos cinco continentes. Atualmente, é a segunda raça leiteira mais criada no mundo, devido às suas características listadas a seguir.
1-ALTA PRECOCIDADE E PROLIFICIDADE A novilha Jersey tem seu primeiro parto mais cedo do que qualquer outra raça sendo assim seu custo de manutenção até a primeira parição é menor em comparação com outras raças. Além de sua boa capacidade de reprodução, ela apresenta facilidade de parição, perpetuada geneticamente. Aos 26 meses já dão cria, voltando a emprenhar após 110 dias. Isso significa mais lucro para o criador, recuperando-se o desempenho em menor tempo. Como exemplo, conhece-se uma vaca que, aos dois anos, produziu 9.993 kg de leite e 448 kg de gordura.
2- LONGEVIDADE A vaca Jersey começa a produzir leite no segundo ano de vida e continua a sua vida reprodutiva até os 20 anos, atingindo o máximo de rendimento dos 10 aos 12 anos. Isso significa que o rendimento do investimento é mais longo. A vaca BASIL LUCY MINNIE PANSY, um animal de alto rendimento, produziu 126.857 kg de leite e 6.150 kg de gordura durante sua vida de mais de 21 anos. A média de produção durante seus 5.667 dias de lactação, foi de 22,4 kg de leite e 1,1 kg de gordura ao dia. Isto significa que o rendimento do investimento na raça Jersey dura mais tempo do que com outras raças.
3-ADAPTABILIDADE A vaca Jersey não tem barreiras nem climáticas, nem geográficas, ela tem prosperado em todos os climas e condições. Sua tolerância às diversas temperatura, assim como a facilidade no que concerne a concepção e ao parto, faz com que seja perfeitamente adaptável às mais variadas condições climáticas, além de apresentar bom desempenho em instalações comerciais e em programas de pastoreio. A sua tolerância ao calor faz dela uma escolha lógica para os criadores de raças leiteiras em regiões tropicais:
4-PESO EM LEITE OU EFICIÊNCIAA raça Jersey produz uma única lactação de 10 a 12 vezes seu peso em leite. Temos exemplos de vacas que produziram até 32,6 vezes seu próprio peso em leite. Isto é eficiência. Como exemplo, a vaca SUNNY KING BERNA produziu 111.255 kg de leite e 6.646 kg de gordura durante sua vida, sendo recorde mundial de produção de gordura entre todas as raças.
5-RENTABILIDADE Segundo o New York and Northeast Dairy Herd Improvement Program Sumary, editado em 1.986, o rendimento líquido das vacas Jersey sobre as outras raças, no que se refere a custos dos alimentos, é 14,18% favorável à vaca Jersey. Essa economia é que deu enorme vantagem ao crescimento da raça no mundo inteiro com destaque atualmente nos Estados Unidos.
6-PRODUÇÃO ECONÔMICA A vaca Jersey apresenta uma alta eficiência de conversão alimentar. Transforma, de maneira eficiente, as rações e a forragem em leite, produzindo mais por área, por tonelada de forragem. Produz mais leite corrigido em gordura, por 100kh de peso vivo do animal, do que outras raças. Por sua condição genética selecionada por milênios é a que mais produz leite nas pequenas e médias propriedades. A vaca Jersey é uma "máquina" que produz grande quantidade de leite com pouca exigência em sua manutenção. Podemos citar como exemplos a recordista sul americana, CACIANA KNIGHT CABREÚVA DO PARATEÍ, que aos 4 anos produziu 15.142 kg de leite, e a recordista mundial HASES BABES LAD CHARO que, aos 5 anos, produziu em 365 dias 17.938 kg de leite, 783 kg de gordura e 640 kg de proteína.
7-QUALIDADE DO LEITE Os bons resultados do manejo da vaca de alta produção requerem ao mesmo tempo ciência e arte. A ciência se baseia em conhecer e compreender o metabolismo e a fisiologia da vaca e, a arte, na habilidade de fazer uso desse conhecimento para atingir um resultado final desejado.
A lactação da vaca Jersey é uma vantagem devido os seus pequenos intervalos. A sua alimentação no período que precede a produção dura menos dias do que os necessários para outras raças, tendo-se assim um maior número de lactação na vida útil.
O leite Jersey oferece grande quantidade de proteína, comprovando assim sua qualidade. O leite Jersey contém 20% mais de proteína e 15% mais de cálcio, mineral essencial na dieta humana, necessário para dentes e ossos fortes, do que outras raças. Contém maior quantidade de sólidos não gordurosos - proteínas, lactose, vitaminas e minerais - oferecendo um leite completo que o de qualquer outra raça leiteira. Quando consumido na forma fluida, tem mais consistência e um gosto mais forte. Quanto mais componentes sólidos, mais saboroso e nutritivo ele é, além de ser indicado para a alimentação de crianças e adultos. Os sólidos adicionais encontrados no leite Jersey proporcionam mais nutrição e melhor sabor, tornando-o preferido nos Estados Unidos e Canadá devido ao seu paladar.
O leite Jersey tem teor de proteína mais elevado que todos os outros leites significando maior lucro na venda de leite para os proprietários da vaca Jersey.
8-CRUZAMENTOS Segundo a ACGJB, o Jersey tem sido criado em estado puro há mais tempo que qualquer outra raça leiteira, e isto lhe dá grande facilidade para transmitir à progênie as boas qualidades da raça. A facilidade de parição, tolerância ao calor elevada produção leiteira e manteigueira, fazem da Jersey uma raça eficiente para cruzamentos com raças zebuínas, quando se pretende aumentar a produção de leite. Na Índia, através de um programa de cruzamentos, visando diminuir a idade de parição e aumentar a produção leiteira das vacas zebuínas, ficou comprovado que touros da raça geraram novilhas Jersey x Zebu que tiveram sua primeira cria aos dois anos de idade, com uma produção média de 12kg de leite por dia. Percebeu-se, então, que a raça Jersey teve um aproveitamento de 70% dos touros utilizados em 20,4 milhões de cruzamentos, resultando em um tipo ideal leiteiro pelas qualidades, simetria e ligamentos do úbere.
A Jersey possui um temperamento leiteiro bem evidenciado e harmonia total entre as partes de seu corpo. Vaca boa, é boa em qualquer lugar do mundo, não importando a linhagem e, muito menos, o país de origem. O que vale na raça Jersey, como em todas as raças puras, são as seguintes particularidades:
Cabeça limpa, bem proporcional e de comprimento moderado;
Pescoço limpo, moderadamente comprido;
Pés curtos, compactos e redondos;
Úbere largo, alto e amplo. Um úbere de boa qualidade é pregueado, macio, de boa textura, e descarnado;
Pele pigmentada.
Quando se pensa em melhoramento, deve se ter em mente, ao escolher um reprodutor, que ele vale pelo que transmite. Na escolha de um reprodutor jovem, deve-se prestar muita atenção. O melhoramento genético, de uma maneira geral, é muito auxiliado por testes de progênie. Os criadores de Jersey devem buscar a evolução genética de seus rebanhos, usando para isso 80% de reprodutores provados em seu rebanho. Eses touros, dentro de alguns anos, devem ser superiores aos touros atuais, em relação a produtividade e outros aspectos economicamente importantes, já que o aperfeiçoamento e a seleção da raça vai estar relacionado com a produção e produtividade leiteira.
Das raças leiteiras, a vaca Jersey é a mais dócil, a mais rústica, a de menor tamanho, a que melhor se reproduz, a mais longeva, a mais produtiva portanto. A mansidão da vaca Jersey permite seu manejo até por crianças. Em muitas fazendas familiares de criação de Jersey, o trato dos animais fica a cargo das mulheres e seus filhos. Sua rusticidade viabiliza que sejam criadas em diversos climas e topografias, consumindo alimentos variados e resistindo bravamente a doenças.
Embora pequena - o peso de uma Jersey adulta varia de 350 a 450 kg - é capaz de produzir de 12 a 15 kg de leite por dia, em condições de trato razoáveis. Vacas Jersey de linhagens superiores e convenientemente alimentadas podem chegar a produzir mais de 25 kg de leite diariamente. O leite Jersey diferencia-se dos demais por apresentar melhor sabor e maiores percentuais de proteína e de sólidos, o que o torna especialmente nutritivo e preferido por fábricas de derivados de leite, por propiciar melhores resultados na produção de manteiga, iogurtes, sorvetes etc.
As fêmeas Jersey caracterizam-se por possuir um aparelho reprodutor muito precoce, isto é, tornam-se aptas a dar crias ainda muito jovens. Novilhas pesando em torno de 230 a 250 kg podem ser cobertas ou inseminadas artificialmente. Estes pesos, com um bom manejo, são alcançáveis de 14 a 16 meses de idade. Assim, aos dois anos nasce o primeiro bezerro e, a partir de então, graças ao seu excelente desempenho reprodutivo, a vaca Jersey fornece ao seu proprietário uma cria a cada ano. No estado de New Jersey, nos Estados Unidos, uma vaca da raça Jersey produziu, aos dois anos, 7.936 kg de leite na sua primeira lactação e nas seis lactações seguintes produziu mais de 9.072 kg em cada uma delas.
Costuma-se dizer que a vaca Jersey é longeva. Isto significa que ela vive por muito tempo, produzindo muitas crias e leite. Sua longevidade fica ainda mais acentuada particularmente quando se compara a raça Jersey com outras raças leiteiras existentes no Brasil. Há diversos registros de fêmeas Jersey em lactação e prenhas com mais de 20 anos de idade. Em Ohio, Estados Unidos, a vaca Basil Lucy Minnie Pansy produziu, durante toda sua vida de mais de 21 anos, 127 toneladas de leite e 6 toneladas de gordura.
Esta extraordinária raça originou-se numa ilha inglesa, localizada no Canal da Mancha, de nome Jersey. De lá espalhou-se pelo mundo, para constituir rebanhos expressivos em quantidade e qualidade nos mais diversos países: Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia, Dinamarca, Brasil etc. Hoje o rebanho brasileiro reúne a melhor carga genética de todo mundo.
Em nosso país, a raça Jersey foi introduzida pelo diplomata brasileiro Joaquim Francisco de Assis Brasil que serviu em Lisboa no início do século passado e que, em visitas à Inglaterra, tendo se apaixonado pelo gado Jersey, decidiu importar algumas matrizes, instalando-as em sua fazenda no Rio Grande do Sul.
De lá, quase fronteira com o Uruguai, de um lugarejo chamado Pedras Altas, as vacas Jersey foram avançando para outros estados brasileiros.